sábado, 7 de junho de 2008

Teias


Hoje não foi um bom dia pra mim. Não mesmo. Parece que tudo de errado deu pra acontecer de uma vez. Desejava esquecê-lo, mas qual!
Sabe aqueles momentos em que temos vontade de gritar a plenos pulmões?Pois é, eu estava com uma vontade enorme de gritar. Mas o que os vizinhos iriam pensar?No mínimo, achariam que estou louco.
Choro. As lágrimas caem mansamente sobre o travesseiro. Queria ser outra pessoa. Mas isso não dá!Meu corpo é uma prisão. Quem sabe se eu tentasse ser diferente. Deixaria de lado a timidez, sairia um pouco, de vez em quando, conheceria pessoas novas. Mas não, não. Prefiro a segurança do meu quarto. E ademais, provavelmente não faria amizade com ninguém numa festa, bar, ou qualquer outro lugar.
Não tenho amigos. Desejo isso tanto... E talvez saiba o porquê disso. Sou meio estranho, confesso. E sem graça também. Nunca contei uma piada na vida, não sei manter uma conversa com ninguém. Também, não entendo de quase nada. Futebol, política, livros: nem adianta tentar. Mas entendo de teias. Meu quarto está repleto delas. Há teias por toda parte, centenas delas. Não só em meu quarto, mas em toda minha casa. Às vezes, sinto que estou preso numa grande teia, como uma mosca. Contudo, isso não me apavora.
Como pude ser tão idiota?As pessoas estão sempre se aproveitando de mim. Sou ingênuo como uma criança. Hoje, outra vez fui ludibriado. Já estou acostumando-me a isso. Sempre que sou enganado por alguém, reprovo-me depois, mas sempre cometo os mesmos erros.
Mente cheia é inimiga do sono. E a minha estava a mil. Dava até pra imaginar meus neurônios, ligando-se e desligando-se freneticamente. Vi isso numa aula de biologia há um bom tempo. Eles funcionam associando idéias ou fatos a outros, nem sempre aparentemente conexos. Desculpe se falo bobagens. Nem sei se é assim mesmo. Mas quando começo a pensar, não paro. Posso divagar assim por horas a fio. Isso me faz distraído. Por vezes, no trabalho, alguém fala comigo e nem escuto, até que a pessoa insista. É como se meu corpo ali estivesse, mas minha mente voasse longe. E ela sempre chegava ao mesmo lugar. Em meu quarto, o único lugar em que me sinto tranqüilo. Conheço cada detalhe dele, cada uma das rachaduras nas paredes e das centenas de teias que o decoram. Quando há uma nova, com uma rápida passada de olhar, percebo-a.
Lembrei-me agora de um sonho que tive, meses atrás. Estava no trabalho, organizando alguns documentos. As pessoas vinham falar comigo, mas entre elas e eu havia uma enorme teia, nos separando. Elas falavam, mas não as ouvia. Eu gritava, mas não me escutavam. Eu saia então pelas ruas e me aproximava das pessoas. Tentava falar com elas, mas sempre a teia!
Nada de sono. E quanto prazer sinto em dormir. Quando durmo, esqueço de tudo. Como isso é bom!Se pudesse, dormiria sempre, hibernaria como um urso, e só acordaria para...
“Para quê?”
Nesse momento, o silêncio pareceu-me maior. Nem minha respiração ouvia. “Para quê?”, repetia.
Desesperei-me. Não encontrava resposta à minha indagação.
-Para quê?- gritei então, com todas as minhas forças. Um grito rouco, desesperado. Senti então uma inexplicável calma. Deitei-me, a olhar o teto.
O que aconteceu depois nem eu saberia dizer com precisão, se foi sonho, realidade, ou uma mistura dos dois. O certo é que percebi que as aranhas faziam teias ao meu redor. Sentia-me cada vez mais preso. Faziam também na porta, na janela, por todo o quarto. Parecia que queriam prender-me ali. Tentei mover-me e não consegui. Estava preso, realmente. Mas não era minha intenção fugir. Não tinha medo. Conformava-me.
Não sei se isso se passou em horas, dias. Perdi a noção do tempo.
Elas continuavam a tecer. O quarto já estava completamente tomado pelas teias. Só minha cabeça estava descoberta. Então bocejei. O sono estava chegando. Finalmente!
Esqueci das aflições do dia. Nem eram tantas assim. Eu sempre exagerando!Não valia a pena nem lembrá-las.
Escuto pessoas conversando e rindo, ao longe. Jovens farreando, provavelmente. Nunca fiz isso com amigos, com ninguém, aliás. Não importa. O sono agora me impede de pensar. Bendito sono. Dormirei agora. Quando acordar será um novo dia.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O apanhador no campo de centeio


Li o livro há algumas semanas atrás e achei fascinante,único na literatura.Quando da leitura do livro,parece-me que ele realmente foi escrito por um jovem, tal a sua fidedignidade.Acho que todo jovem deve se identificar um pouco com o Caulfield, com os seus problemas,a sua visão de mundo, suas contradições...

Sinopse

À espera no centeio (O Apanhador no Campo de Centeio na edição brasileira) narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 17 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventudade e a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.

domingo, 18 de maio de 2008

Pintores preferidos

Música clássica

Descobri a música clássica há pouco tempo, através de um amigo, o Jesus.Ele me emprestou um CD com a 9ª sinfonia de Bethoven e logo depois um do Mozart.Me emocionei ao ouví-los.Estar em contato com as mais lindas canções já produzidas é algo sublime, mágico. Quão diversas foram as emoções ao ouvir "A flauta mágica" ou os grandiosos concertos de piano de Mozart. Acho que todos devem conhecer pelo menos um pouco de música clássica.Deitar-se, fechar os olhos, e deixar a música nos envolver...

O mundo de Flora


Na aula do dia 13/05/08, de Teoria e Prática da Leitura, apresentamos a história: "O mundo de Flora", resultado da leitura do livro de imagens "A menina das borboletas", de Roberto Caldas.Eis a história.

O mundo de Flora

Flora vivia cercada de borboletas. Pretas, amarelas, azuis, de todas as cores. Elas nunca a deixavam sozinha. Certo dia pediram, em coro:
-Queremos uma flor!
E Flora foi em busca da mais bela e perfumada flor. Plantou-a com todo o cuidado, pois além de bela era muito delicada.
-Obrigada Flora!- agradeceram, em uníssono, as borboletas.
Mas assim que se virou, dona Lurdes, puxando seu carrinho de feira e pensando no ensopado de jiló que faria ao chegar em casa, nem reparou na flor e esmagou-a com o pneu do carrinho.
-Oh, não!- gritaram as borboletas.
Flora, triste, promete-lhes plantar outra flor. Assim o fez. E, coisa estranha, as borboletas
ao seu redor pareciam multiplicar-se!
A nova flor prometia ser bela e cheia de vida, mas ai dela, o de homem bigode negro, apressado para o trabalho, também não reparou na flor e pisou-a.
-Oh, não!- protestaram as borboletas.
-Como os adultos são distraídos!- queixou-se Flora.
Contudo Flora não gostava de ver as borboletas tristes. Assim, partiu novamente em busca da mais bonita e perfumada flor. Plantou-a com todo esmero. E as borboletas multiplicavam-se cada vez mais ao seu redor.
-Obrigada Flora!Obrigada Flora!- repetiam.
Já ia voltando para casa quando veio o Julinho, na sua bicicleta nova. E passou justamente sobre a flor.
-Oh, não!- lamentaram as borboletas.
E pela primeira vez Flora chorou.
-Não chore, Flora- consolaram-na.
Animada pelas borboletas, Flora mais uma flor plantou. Dessa vez ninguém pisá-la-ia!Por precaução cercou-a. Mas a cerca não impediu que um cachorrinho fizesse xixi na flor. Morreu, a despeito dos cuidados de Flora.
Não desistiu e mais uma flor plantou ainda. Resolveu passar a noite ao seu lado, para não deixar que nada de mal lhe acontecesse. Na noite enfeitada de estrelas, o chão duro pareceu-lhe o mais macio colchão, as borboletas cobriram-na, protegendo-a do frio. E assim dormiu.
Sem que desse por isso, Flora não se lembrava mais de sua casa, sua família, seus brinquedos, e nem sentiria falta. Aquele tornara-se seu mundo.
A flor crescia, bela e cheia de vida, e novos botões apareciam. As borboletas faziam festa de Flora e ela sorria. E o seu sorriso enchia de vida aquele lugar. E a sua alegria fazia-a voar, voar com as borboletas.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Silverchair -reflections of sound (a banda preferida do "não mais um na multidão").


Perante o Sol, nós estamos propensos a nos tornarmos
Ecos de um som.

Eu sei, muita turbulência já foi vivenciada
Minha última gota de esperança não vai durar para sempre
Como uma memória nunca precisa

Nós passeamos presos em pensamentos
Alguns são vagos, alguns cresceram demasiadamente curtos
É a única coisa que eu tive até agora que me mantém sozinho

Perante o Sol, nós estamos propensos a nos tornarmos
Ecos de um som.
Quando ninguém está perto

Pegue carona nas curvas do tempo
Sinta-se tão vazio quando eu me sinto tão bem
Um recomeçar poderia revelar novos horizontes

Eu venho esperando faz muito tempo
Sigamos juntos
Pois você me mantém animado, apesar do Sol decadente que se põe

Já há muito tempo que eu espero
Agora minha cabeça está cheia de pressão
Eu preciso de tempo para reorganizar meus pensamentos
É como um ‘’loop’’ que dura pra sempre

Eu venho esperando faz muito tempo
Sigamos juntos
Pois você me mantém animado, apesar do Sol decadente que se põe

Perante o Sol, nós estamos propensos a nos tornarmos
Ecos de um som.
Quando ninguém...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Brainstorm sobre quem sou


Sou escorpiano,mas que importa isso?
Gosto dos sorrisos sinceros
Das "conversas jogadas fora"
Leio como um condenado (Dostoiévski e Victor Hugo, meus preferidos)
Um pouco tímido,às vezes
Outras não
Demorei a acreditar quando passei no vestibular
Viciado em Radiohead e Silverchair(bandas de rock)
Bethoven e Mozart, de vez em quando
Praia quase nunca
Assisti no cinema "Eu sou a lenda" com o Will Smith esse ano e gostei muito
Curso biblioteconomia na UFC (Biblio o quê, alguém perguntou?)
Tenho um amigo chamado Samuel, o cara mais legal que eu conheço
Gosto de massas, de lazanha
Dei uma entrevista no Tantos Talentos, do canal 17, mas quase ninguém viu
Vivem me perguntando por que tenho cabelos brancos.Sei lá, deve ser genético.
Nem bonito nem feio, se bem que eu acho isso muito relativo
Trabalho num centro cultural.as crianças de lá me chamam de tio Jorge
Minha irmã, a Joyce, é a pessoa mais inteligente que conheço
Eu não sou um andróide paranóico (trecho da música paranoid android, do Radiohead, Que está entre as 100 melhores músicas do século)
Fiz teatro, mas nunca fui bom ator
Sempre sonhei ser guitarrista de uma banda
Minha equipe ficou com um texto pro seminário sobre o dialogismo de Bakhtin.O pior texto que eu já peguei na faculdade.Não quero nunca mais ouvir falar desse cara!
Assisti os 3 filmes "O senhor dos anéis" consectivamente!
Estou escutando agora o álbum mais recente do Silverchair, o Young Modern
Num show de rock quase levei uma cotovelada no olho
Van Gogh e Monet, geniais pra mim
Tenho um irmão, o Joni, que mora em São Paulo
Não sei como conseguia ler Paulo Coelho na adolescência (todo mundo tem um passado negro!)
Namorei uma menina chamada Edilene
Morei em São Paulo e num sítio do interior do Ceará, próximo de Jaguaribe
Gosto de escrever e do Chaves também
Não gosto de me expor muito.Mas hoje me deu uma vontade de falar sobre mim...